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terça-feira, 13 de abril de 2010

Histórico do set - notas de rodapé

Olá pessoal, como os leitores mais assíduos sentiram falta das histórias, percebi que parte dela havia sido contada de forma muito superficial nos outros posts, o que deu margem para posts como este de hoje, para esmiuçar um pouco mais os detalhes dos acontecimentos relacionados os setups que possuí.
Quando eu peguei a Spanish (1991), ela vinha com uma ponte tipo trêmulo convencional, como as Fenders convencionais vem. Como eu era leitor assísuo das revistas americanas -Guitar World e Guitar Player - o meu sonho era ter uma guitarra com a ponte flutuante, mais conhecida pela marca Floyd Rose no meio guitarrístico. Para tanto, entrei em contato com o fabricante da guitarra que iria me cobrar na época uma fortuna, para mim que vivia da grana dos meus pais e das aulas de guitarra que dava na época. Depois de muita economia, fui até a oficina da Spanish com mais dois amigos na época e um deles ia fazer uma modificação na Spanish dele, daí veio a célebre história sobre a minha célebre frase: "Eu não gosto de guitarra bonita". O dono da fábrica, Sr. Rui me perguntou se eu queria com um determinado acabamento que encareceria o trabalho ou ia querer o serviço standard (do bom ou do outro?) a diferença segundo ele era estética apenas. Como a grana estava contada para o serviço standard, lancei a conhecida frase.
Com a instalação da Floyd Rose, comecei a achar que era o Van Halen ou o Steve Vai e aí temos a outra famosa história sobre a minha forma de tocar (comentários do Kluppel no post After the Show):
Como todo fanático por guitarras e filmes, assisti ao filme A Encruzilhada (Crossroads) umas 590 vezes e havia uma cena no fatídico duelo entre o Ralph Macchio (Karatê Kid) e Jack Butler (Steve Vai) em que o Butler/Vai levanta a guitarra pela alavanca e faz uma frase alavancando a guitarra. Logo que peguei a Spanish com a Floyd instalada, testei várias vezes essa "manobra" e 90% das vezes me saí bem. Algumas vezes as cordas estouravam (isso vai render um outro tópico sobre as cordas da época). Em seguida a banda a qual fazíamos parte eu, Daniel Salvi, Fábio Goya, Alexandre Kluppel e Robson Luz foi participar de um festival de bandas chamado De Olho no Som como a penúltima banda a se apresentar, logo antes de uma banda de metal (Overnoise). Éramos uma banda de Pop/Rock e fomos recebidos a cusparadas sob os gritos de "New Kids" e toda a sorte de impropérios. Logo, para amenizar o lance começamos a tocar Seek and Destroy do Metallica e na seqüência, mandamos uma do Fairh No More, o que nos garantiu sairmos vivos do local. No final da última música, não poderia deixar passar em branco e fiz a manobra com a Floyd Rose e claro a platéia foi ao delírio. Uma semana depois do ocorrido, nos contaram no ensaio na casa do Daniel, que um garoto que assistiu a manobra sendo executada por mim, tentou fazer o mesmo e a madeira do corpo da guitarra se rompeu e a ponte toda, com alavanca e tudo foi arrancada da guitarra.
 Por isso, não gosto de guitarra bonita, gosto de guitarra resistente e com um bom timbre...

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