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terça-feira, 14 de setembro de 2010

Em busca do timbre...

Acredito que uma das coisas mais importantes de se tocar um instrumento está sendo esquecida com o passar dos anos. Quanto tocamos um instrumento, estamos nos expressando através de um equipamento que deveria representar a nossa voz, como se estivéssemos cantando. Como cada indivíduo tem uma constituição física diferente, formato do rosto, cordas vocais diferentes, assim deveria ser também com um instrumentista.
Evidentemente que quando estamos numa etapa de aprendizado, é interessante ter um "alvo" ou alguma meta a ser atingida, uma referência para nos fornecer um Norte. Mas o que é mais comum principalmente nos guitarristas, é encontrarmos clones e mais clones. Se determinado guitarrista atinge o estrelato, um grande número de pessoas tenta comprar a mesma guitarra, os mesmos amplificadores, os mesmos pedais, as mesmas roupas, o mesmo cabelo, as mesmas escalas e tentam soar igual ao ídolo e se esquecem que se o objetivo é se expressar, ficam parecendo aqueles imitadores de programas humorísiticos. Imaginem a situação de você entrar num bar e todos estão conversando com a voz do Pelé, entende?
A pasteurização das vozes (timbre) da guitarra é um assunto já abordado pelas publicações especializadas em guitarra, e é algo preocupante pois temos cada dia menos revelações verdadeiras. Acredito que um dos grandes motivos desta pasteurização da voz, é explicado no texto da luthier  Pauleira neste link que fala sobre a produção de instrumentos em série e o "abandono" da produção artesanal isso tudo somado ao enaltecimento das marcas famosas (grifes). Gosto de pensar na produção dos Katanas ou Nihontô, forjadas à mão e atendendo especificamente ao espírito do Samurai que a ia usar.
Acredito que a busca da individualidade da voz é o caminho certo para que a mesmisse guitarrística seja inibida. 
Como este é o meu mantra atual, tenho me divertido com as afinações abertas, o slide, a frigideira, o jacaré e o weissenborn!




3 comentários:

  1. Pois é cara. Tenho notado a tua indignação, quanto a música moderna em geral. Mas é assim mesmo cara. Se tu quer saber. Eu acho bacana ter músicos ruins, sem personalidade, ou de gosto duvidoso. Por que assim, caras como nós que primam por boa melodia e harmonia, fazem parte de um grupo seleto. E isso é uma coisa que me agrada. Ser diferente da maioria. Buscar sempre o melhor, e mesmo assim ver o quanto eles caminham para trás.

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  2. Olá Gilmar! Obrigado por acompanhar o blog e por dar as suas opiniões aqui! Na verdade eu não estou indignado com a modernidade de forma generalizada. Tem coisa nova sendo feita que é bacana, o problema é a maioria... A maioria tem o timbre pasteurizado e igual e posam de gênios, daí eu perco a paciência hehehe.
    Mas é isso mesmo, ainda bem que temos um seleto grupo de pessoas que gostam de coisas boas!
    Abração!

    ps. Ontem tive o meu primeiro dia de aula na B&H. Muito legal!!!

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  3. heHEHHEHE... É bom se sentir especial né?!

    B&H é show né?! Quem é teu professor? Tá fazendo o básico de guitarras?


    Abraço!

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